terça-feira, 15 de março de 2011

LARA COM Z


A diva está de volta. Depois da intensa batalha em ‘Cinquentinha’ para ficar com os negócios da família, Lara Romero (Susana Vieira) decidiu captar dinheiro para fazer um filme de um famoso autor de novelas. Ela só não imaginou que o roteiro não ficaria exatamente como queria. O dinheiro, então, tomou outro rumo. Lara comprou o Teatro João do Rio, fez uma reforma e se auto presenteou com uma montagem monumental de “Macbeth”. Na noite da estreia, um susto. Leandro (Humberto Martins), um fiscal do governo, manda fechar o teatro e entrega uma intimação a Lara: ou ela devolve o dinheiro que captou e gastou irregularmente ou vai presa.

“Durante todo o seriado, a atriz tentará resolver esta situação das maneiras mais estapafúrdias”, explica o autor Aguinaldo Silva, que assina ‘Lara com Z’ ao lado de Maria Elisa Berredo. Com direção-geral e de núcleo de Wolf Maya e direção de Cláudio Boeckel e Emerson Muzeli, o seriado, que estreia na nova grade da Rede Globo em abril, foi escrito especialmente em homenagem à atriz. “Há muito tempo eu queria escrever um seriado em que Susana Vieira fosse a protagonista absoluta”, revela Aguinaldo.

Na jornada para salvar o seu teatro, Lara ainda vive paralelamente o drama de Bárbara (Monique Alfradique), sua neta e filha de Celina (Thais de Campos). Namorada de Oliver (Augusto Zacchi), um ‘mauricinho’ de tradicional família de Petrópolis, ela passará por grandes transformações para ser aceita pelos avós dele, Maria Beatriz (Beatriz Segall) e Maximiliano (Roberto Maya). Os dois não pouparão esforços para atrapalhar o relacionamento de Bárbara e Oliver, nem que tenham que arruinar a vida de Lara. Para isso, contarão com a ajuda da repórter Eliete (Paola Crosara) e da jornalista Sandra Heibert (Eliane Giardini), ex-amiga de infância da atriz e que nunca se conformou em perder o posto nos palcos para a colega.

E, como nada na vida da atriz pode ser simples, ela ainda se verá envolvida com Leandro (Humberto Martins), que, mesmo estando encarregado de investigá-la, parece determinado a conquistar seu coração. Resta saber se ela conseguirá atravessar todos esses problemas sem descer do salto.

Como cenários principais de toda a trama, estão a mansão herdada pelo mordomo James (Emiliano Queiroz) e a governanta Leontina (Maria Helena Pader), e o Teatro João do Rio, montado em um dos estúdios da Central Globo de Produção. Inspirado no Teatro Municipal de Niterói e com capacidade para uma plateia de 300 pessoas, também será palco de cenas importantes, com a montagem quase completa da peça Macbeth, de Shakespeare. “Quase tudo acontece no estúdio, o que nos dá um ritmo surpreendente, planejado desde o script até a edição final”, assinala Wolf, que conta com uma equipe de quase 150 pessoas, entre elenco e equipe de produção, para realizar o projeto.

Uma obra em prosa e verso

Ato I – Ela acha que o real é a personagem

Há um ano e meio, Lara decidiu dedicar-se com mais afinco à carreira de atriz. Que ela nunca passará dos cinquentinha, todo mundo sabe. Mas o que até Lara reconhece é que o avanço da idade é fatal para qualquer mulher que opta pela arte de interpretar. Ela luta para manter-se no imaginário do público e para ser convidada para os bons personagens das novelas, mas a televisão parece ter dado preferência às celebridades instantâneas.

Decidida a dar a volta por cima, encomendou o roteiro de um filme para seu amigo Everardo Lopez (Fernando Eiras), autor de novelas, e, enquanto ele escrevia, arregaçou as mangas e correu atrás do dinheiro. Dona de muito prestígio junto à classe artística, não foi difícil levantar recursos através das leis de incentivo à cultura. Mas o papel escrito por Everardo de uma mulher à beira da terceira idade a deixou extremamente ofendida, além de colocar um ponto final na amizade dos dois.

Com a produção do filme provisoriamente cancelada, Lara aproveitou o dinheiro captado para realizar um antigo sonho: comprar o Teatro João do Rio, onde pisou no palco pela primeira vez. Seu plano inicial era montar a peça que Claus Martinez (Dalton Vigh) escreve sobre sua vida há mais de dois anos. Mas, depois que Bárbara (Monique Alfradique) descobriu ser filha dele e se afastou, o escritor mergulhou num lamentável bloqueio artístico, que o impede de terminar o texto da peça.

Ato II – As crônicas de um furacão

Obstinada, Lara não desistiu e agora está pronta para estrear seu mais novo espetáculo: Macbeth, de Shakespeare. O que nunca imaginou, no entanto, é que, depois dos aplausos que marcam a sua bela estreia, ela pudesse descobrir o motivo da presença daquele homem tão interessante em seu camarim: ele está ali para investigá-la.

Leandro (Humberto Martins) foi enviado pelo Tribunal de Contas da União para apurar uma denúncia de uso indevido do dinheiro público. Caso ela deseje acertar suas contas com o Estado, só lhe restam duas alternativas: ou devolve o total captado ou apresenta o filme produzido o mais rápido possível. Se nada for cumprido, seu teatro será leiloado para saldar a dívida, o espetáculo tão sonhado terá que sair de cartaz e a peça que está sendo escrita por Claus nem chegará a estrear.

Apesar de enlouquecida com a notícia, Lara não está disposta a desistir do seu teatro, nem dos seus sonhos. Em busca de alguma solução, vai provocar um verdadeiro furacão. E, no meio da tormenta, descobrirá que odeia menos do que imagina aquele homem que veio investigá-la.

Ato III – O gato e o rato

Mas os problemas continuarão aparecendo. O primeiro deles está bem ali, sentado na primeira fila da plateia: Sandra Heibert (Eliane Giardini). A temida crítica aguarda ansiosa pelo início do espetáculo para constatar aquilo que sempre escreveu em sua coluna de teatro: Lara é uma atriz que não aceita envelhecer e, de forma patética, continua envergonhando a classe artística ao viver personagens que não condizem com sua idade.

Só que, dessa vez, decidida a não facilitar a vida da crítica, Lara vai pegar tão pesado quanto Sandra. Se a velha se esforça para desmoralizar a carreira da atriz pelos jornais, é chegada a hora do troco.

Ato IV – Pedras no sapato

A ex-colega de infância não é a única pedra no caminho de Lara. Eliete Queiroz (Paola Crosara), velha conhecida, continua em sua cola tentando provar que a atriz não tem a idade que diz ter, nem renunciou ao sexo, como vem afirmando ultimamente.

Adepta do mal falado jornalismo marrom, a repórter é capaz de qualquer coisa para desmoralizar Lara, inclusive de publicar fotos dela aos beijos com Edson Xavier (Rogério Barros), seu motorista, e fuxicar cada vez mais sobre Leandro.

Assim como nunca será demais a cautela que Lara deverá ter em relação a Carlo Berganti (Pierri Baitelle), o filho bastardo do falecido milionário que, através de exames de DNA, provou ser mesmo um herdeiro legítimo. O mesmo pode ser dito em relação a João Alfredo Flores (André Garolli), ex-genro do falecido que, assim como Carlo, insiste em se instalar na mansão junto com a família Romero.

Ato V – Buscando elementos para compor a vida

E, falando na família de Lara, a situação piora a cada dia. Depois que sua neta Bárbara (Monique Alfradique) descobriu que Claus é seu pai e que a mãe e a avó sempre lhe esconderam essa informação, ela mudou radicalmente seu comportamento em relação à família e se afastou. Namorando Oliver (Augusto Zacchi), herdeiro de um dos maiores bancos do país, ela vai eleger a família aristocrática dele como sua e renegar, cada vez mais, sua mãe, seu pai e sua avó, deixando todos bastante magoados.

Sem saber como agir - esse sempre foi o mantra que regeu a vida de Celina (Thais de Campos), filha única de Lara. No entanto, desde que a mãe e as outras viúvas deixaram a administração da empresa a cargo dos filhos, Celina acabou sendo obrigada a assumir os negócios e finalmente evoluiu na vida pessoal e profissional.

Em toda a sua vida, Lara nunca imaginou que sua filha, sempre tão apagada e sem atitude, ia ser exatamente a pessoa que viria correndo para lhe salvar quando ela mais estivesse precisando. Quando tudo parecer perdido, Lara será surpreendida por Celina e todo o amor que a filha sempre sentiu por ela.

Figurino e caracterização: Lara Romero renovada

A essência de Lara continua a mesma, mas algo novo deixa em evidência que as mudanças em sua vida também a transformaram um pouco. Para mostrar essa 'nova' Lara, a equipe de figurino e caracterização realizou um verdadeiro exercício de reciclagem, ilustrando uma história escrita e dirigida por parceiros de trabalho de longa data. “Lara vai se transformando como uma boa mutante. Ela tem aquele espírito da diva, e permanece usando tons bastante coloridos e marcantes. A diferença agora é que ela estará mais leve, o visual irá explorar as roupas de verão e a chegada de um novo amor em sua vida também irá se refletir no visual”, explicam Beth Filipecki e Renaldo Machado.

A maquiagem só fica mais pesada, com tons de preto e azul, para sua apresentação como a Lady no Teatro João do Rio. “Com os cabelos mais ondulados, louros e em camadas, Lara traz definitivamente para o teatro a figura da diva”, conta o caracterizador Luiz Ferreira.

De uma pessoa sem tempero, quase invisível e que sempre viveu à sombra da mãe, sua filha Celina vai revelar uma face até então escondida, trazendo agora, em camadas, as rendas e brilhos de Lara.

Já a neta Bárbara, que se permitia ser mais livre e criativa, passará por uma mudança radical. Para ser aceita pela família rica do namorado, precisará se enquadrar. “Bárbara virá com um figurino mais certinho, mas ao mesmo tempo sexy, nos deixando a dúvida sobre o que as pessoas esperam agora dessa menina’, revela a figurinista.

Em contrapartida, no núcleo formado pela família aristocrática de Maria Beatriz e Maximiliano, o tradicional e a educação de berço se refletem em todos os personagens, especialmente em Oliver. A rebeldia fica por conta apenas de sua irmã Maria Valentina (Maria Casadevall), a transgressora que se permite fazer e viver o que quiser. Ela está à frente do seu tempo e mistura todos os mundos, o brilho com o trabalho, o masculino com o feminino.

Cenografia e produção de arte: a diva ganha um teatro de verdade

O Teatro João do Rio, comprado por Lara com o dinheiro desviado, e a montagem de Macbeth, podem ser considerados pela equipe de cenografia e produção de arte do seriado como uma das grandes estrelas de ‘Lara com Z’. Inspirado no Teatro Municipal de Niterói e com capacidade para uma plateia de 300 pessoas, o teatro montado em um dos estúdios da Central Globo de Produção tem coxia, camarim e pé direto alto. “Foi um desafio e um grande prazer construir este cenário, algo deslumbrante e palco de momentos importantes no seriado”, declara o diretor de arte Mário Monteiro.

Com o glamour da personagem de Lara, a peça de Shakespeare toma proporções ainda mais verdadeiras, levando ao telespectador alguns atos, com direção especial de Ulysses Cruz, e também a cenografia apresentada em palcos do mundo inteiro. “Macbeth foi escrita no século VII e, de lá para cá, muitas montagens foram feitas no Brasil e no mundo. Fizemos uma pesquisa de todo esse material para montarmos a nossa Macbeth, abandonando um lado antigo da peça e trabalhando um visual mais moderno”, disse a produtora de arte Angela Melman.

Palco de confusões e abrigando cada vez mais moradores, a mansão do viúvo onde Lara vai morar ganha um ar um pouco mais leve. As relíquias e obras de arte no salão principal continuam como características do cenário que fazia parte de ‘Cinquentinha’, mas os quartos ganham identidade própria. “A mansão recebe novos moradores e cada um coloca um pouco de si ali dentro, trazendo para cada cômodo suas características pessoais”, assinala Mário.

‘Lara com Z’ traz ainda os cenários do apartamento de Claus, que, por morar sozinho, sempre está bastante sombrio e desorganizado; a casa de Maria Beatriz e Maximiliano, clássica, sóbria e bem tradicional; e o apartamento de Oliver, típico de um jovem que mora sozinho, com uma mesa de sinuca na sala, home theater e equipamento para se exercitar no quarto. Fora do ambiente familiar, também foram montados no estúdio a repartição pública onde Leandro trabalha e a redação de jornal onde Sandra e Eliete sempre tratam de arquitetar planos mirabolantes para atormentar a vida de Lara.

Entrevista com o autor Aguinaldo Silva

Nascido em 1944, Aguinaldo Silva começou a trabalhar aos 14 anos. Dois anos depois, publicou sua primeira obra, ‘Redenção para Job’, e rapidamente conseguiu um emprego no jornal Última Hora, do Nordeste. Em 1964, época de ditadura militar, veio para o Rio de Janeiro. Jornalista por 18 anos – muitos deles dedicados ao noticiário policial -, Aguinaldo chegou à TV como um dos roteiristas da série ‘Plantão de Polícia’, em 1979.

Em sua trajetória, consagrou-se com minisséries como ‘Lampião e Maria Bonita’ (1982) – que lhe valeu a Medalha de Ouro no Festival Internacional de Nova York -, ‘Bandidos da Falange’ (1983), ‘Tenda dos Milagres’ (1985) e ‘Riacho Doce’ (1990) e também com novelas como ‘Roque Santeiro’ (1985), ‘O Outro’ (1987), ‘Vale Tudo’ (1988) – em parceria com Gilberto Braga -, ‘Tieta’ (1989), ‘Pedra sobre Pedra’ (1991), ‘Fera Ferida’ (1993), ‘A Indomada’ (1997), ‘Suave Veneno’ (1999), ‘Porto dos Milagres’ (2001), ‘Senhora do Destino’ (2004) e ‘Duas Caras’ (2007). Entre seus últimos trabalhos estão a minissérie ‘Cinquentinha’ (2009), que assinou com Maria Elisa Berredo, além da supervisão das novelas ‘Tempos Modernos’ (2010) e ‘Laços de Sangue’ (2010), em Portugal.

Como você definiria o seriado?

Aguinaldo Silva: Como uma comédia cáustica e cheia de som e fúria, cujo tema é a questão da sobrevivência no meio artístico sem ter que vender a alma. Lara se perdeu anos atrás nos cenários das muitas novelas que fez, só é capaz de viver se transformar sua própria vida num eterno melodrama, porém, apesar do estereótipo que parece ser, não abriu mão de sua condição humana.

E por que ‘Lara com Z’? É por conta do nome de batismo da personagem?

Aguinaldo Silva: Quando comecei a pensar no seriado, revi um famoso especial de Liza Minelli chamado ‘Liza com Z’. De brincadeira, e como ainda não tinha escolhido o título, passei a chamá-lo de ‘Lara com Z’. Pegou tão bem que resolvi mantê-lo. Não existe uma explicação lógica para isso, a não ser o meu feeling de que a curiosidade poderia ser interessante para o seriado.

Três gerações, três mulheres fortes. Como ‘Lara com Z’ tratará essas diferenças?

Aguinaldo Silva: Há três gerações representadas na mesma família: a de Lara, de sua filha Celina (que se torna a executiva das empresas herdadas pelos filhos das três viúvas) e a de sua neta Bárbara, que agora, talvez por ver a avó tão insana, quer a todo custo se tornar uma verdadeira ‘patricinha’ e casar com um ‘mauricinho’, não por acaso rico. Existem entre essas três mulheres barreiras intransponíveis quando se tratam de diferenças comportamentais das gerações e, ao mesmo tempo, um laço que as une fortemente e as torna solidárias umas com as outras, que é a família.

‘Lara com Z’ terá um time de peso no quesito vilã. O que podemos esperar das personagens de Eliane Giardini e Beatriz Segall?

Aguinaldo Silva: A essência das minhas vilãs, que, de tão alopradas, são quase personagens de histórias em quadrinhos. Eu sempre digo que, na luta entre a heroína e a vilã das minhas obras, o que eu faço é reproduzir os desenhos animados de ‘Tom & Jerry’. Não é à toa que as crianças amavam Nazaré Tedesco (personagem de Renata Sorrah em ‘Senhora do Destino’). Eliane e Beatriz serão as vilãs da vez. E eu posso afirmar que elas serão das mais alopradas entre muitas.

Se inspirou em alguma situação que tenha vivido para o seriado?

Aguinaldo Silva: Lara é uma atriz de novelas, eu sou um autor de novelas. Ela é fruto da minha experiência no ramo. Claro, as situações que eu vivi, e nas quais me inspirei, aparecem no seriado exacerbadas, já que é de ficção que estamos falando. Como me inspiro sempre na vida real para escrever minha ficção, seria desonesto da minha parte negar isso: sim, em ‘Lara com Z’ há resquícios evidentes do meu ambiente de trabalho!

Entrevista com a autora Maria Elisa Berredo

Maria Elisa Berredo assina ‘Lara com Z’ com Aguinaldo Silva. O primeiro trabalho desta parceria foi há quase 20 anos na novela ‘Fera Ferida’ e seguiu por todos os trabalhos desde então, exceto ‘Suave Veneno’. Socióloga por formação, Maria Elisa passou pela Fundação Roberto Marinho, Agência Globo e editoras Nova Fronteira e José Olympio.

Em sua trajetória na TV, Maria Elisa foi colaboradora em diversas novelas, entre elas ‘Múltipla Escolha – Malhação’ (1995), ‘A Indomada’ (1997), ‘Porto dos Milagres’ (2001), ‘Agora que são elas’ (2003), ‘Senhora do Destino’ (2004) e ‘Duas Caras’ (2007). Entre seus últimos trabalhos estão a minissérie ‘Cinquentinha’ (2009), que também fez junto com Aguinaldo, além da colaboração na novela ‘Tempos Modernos’ (2010).

De onde surgiu a ideia de dar continuidade à personagem Lara, de ‘Cinquentinha’? Você e Aguinaldo já pensavam nisso durante a minissérie?

Maria Elisa Berredo: A ideia sempre foi dar continuidade à ‘Cinquentinha’, mas em formato de seriado. Ambos gostamos deste formato, gostoso de escrever, caprichado, feito com mais calma. A cada episódio temos uma história que se inicia e se fecha ali.

E porque a Lara, especificamente?

Maria Elisa Berredo: A personagem da Lara tinha um núcleo interessante, que dava margem para uma continuação. Havia o conflito com a filha, com a neta e o envolvimento com o motorista.

Como foi esse reencontro com o Aguinaldo?

Maria Elisa Berredo: Foi ótimo como sempre. E muito divertido.

Entrevista com o diretor de núcleo e diretor geral Wolf Maya

Sua primeira experiência em televisão foi na TV Globo, em 1979, participando como ator da novela ‘Memórias de Amor’, de Wilson Aguiar Filho. No ano seguinte, dividiu com Reynaldo Boury a direção da novela ‘Ciranda de Pedra’, voltando a atuar novamente apenas 1981, em ‘Jogo da Vida’. Depois dirigiu duas novelas exibidas no horário das 19h, ‘Elas por Elas’ e ‘Final Feliz’, ambas de 1982, ‘Louco Amor’ e ‘Champagne’ (1983), ‘Livre para Voar’ (1984), ‘ Ti-Ti-Ti’ (1985), ‘Hipertensão’ (1986) e ‘Bambolê’ (1987).

Wolf também atuou e dirigiu as novelas ‘Barriga de Aluguel’ (1991), ‘O Amor Está no Ar’ (1997), ‘Cara e Coroa’ (1995), ‘Uga Uga’ (2000) e na minissérie ‘O Quinto dos Infernos’ (2002) e foi responsável pela direção de ‘Desejo’ (1990) e ‘Hilda Furacão’ (1998) e de mais de 20 novelas, entre elas ‘Esplendor’ (1999), ‘Pecado Capital’ (1998), ‘Salsa e Merengue’ (1996), ‘A Viagem’ (1994), ‘Kubanacan’ (2003), ‘Senhora do Destino’ (2004), ‘Cobras e Lagartos’ (2006) e ‘Duas Caras’ (2008). Também assinou a direção-geral da minissérie ‘Cinquentinha’ (2009) e do seriado ‘Na Forma da Lei’ (2010).

Como foi voltar a trabalhar com Beatriz Segall?

Wolf Maya: Foi um grande prazer. Um reencontro brindado por nós dois, que já fizemos juntos ‘Champagne’, ‘Barriga de Aluguel’ e diversas temporadas em teatro.

O seriado também traz novos talentos. Quais são as apostas em ‘Lara com Z’?

Wolf Maya: Apresento novos atores, como Maria Casadevall, formada pela minha escola de atores em São Paulo, Augusto Zacchi, destaque em teatro do Grupo TAPA, além de Carlo Porto, aprovado em testes específicos para o papel.

Como será a trilha sonora?

Wolf Maya: Bastante diversificada e divertida. O seriado terá como tema de abertura uma nova versão da música ‘Perigosa’, na voz de Elza Soares. De Rita Lee, Roberto Carvalho e Nelson Motta, a canção ficou famosa com o grupo ‘Frenéticas’.

Perfil dos personagens

LARA ROMERO (Susana Vieira) - Atriz ‘cinquentinha’ há anos, nascida em São João Nepomuceno e batizada como Aretuza Pena. Filha de um pedreiro e de uma costureira, ela sempre odiou sua vida. Como talento nunca lhe faltou, foi “descoberta”, mudou de nome e se tornou um dos sucessos revelados nos palcos do Teatro João do Rio. O tempo passou, o sucesso cresceu e Lara deslumbrou. Consegue captar dinheiro público para fazer um filme, mas não gosta do papel principal e resolve usar a verba para comprar o teatro. Não por má fé, mas porque acredita que com a renda conseguirá pagar o empréstimo sem problemas

LEANDRO MORAES (Humberto Martins) - Antes de entrar para o serviço público, sonhava em ser ator, mas a segurança e a estabilidade falaram mais alto. Possui poucos amigos e mantém uma vida pessoal reservada. Irá se envolver com Lara.

CELINA ROMERO DE LOPES CARVALHO (Thais de Campos) - Filha de Lara e mãe de Bárbara. Sempre falou baixo, uma mulher quase invisível. Mas os negócios da família a fizeram ficar mais confiante e atrair de novo a atenção de Claus e ainda despertar o interesse de João Alfredo.

CLAUS (Dalton Vigh) – O pai de Bárbara é um roteirista reconhecido, mas sem segurança financeira. É um conquistador, solteiro convicto e costuma beber muito. Desde que Bárbara descobriu que ele é seu pai e não lhe acolheu, está com bloqueio criativo.

BÁRBARA ROMERO LOPES DE CARVALHO (Monique Alfradique) - Filha de Celina e Claus, passará por uma profunda transformação para ser aceita pela família de seu namorado Oliver.

CARLO BERGANTI (Pierre Baitelli) – Educado e requintado, Carlo foi criado em Veneza e por causa do seu caro padrão de vida sempre se mete em roubadas. Outro ponto fraco do rapaz é Alexandre, por quem acaba se envolvendo em dispensáveis confusões.

DIRETOR (Wolf Maya) - Diretor e amigo de Lara, que a ajuda a realizar o sonho da montagem de 'Macbeth' no Teatro João do Rio

SANDRA HEIBERT (Eliane Giardini) - Crítica de teatro das mais carrascas. Tem fama de durona e, com sua caneta arrasadora, já destruiu muitas carreiras artísticas. É o que tentará fazer com Lara ao atacar sua atuação.

MARIA BEATRIZ VENTURA PASSOS DE ALBUQUERQUE (Beatriz Segall) - Avó de Oliver e Maria Valentina e esposa de Maximiliano. Filha única de família rica e tradicional de Petrópolis, sempre conduz a situação de forma que todos façam exatamente o que ela quer. Ao conhecer a família de Bárbara, principalmente Lara, que representa tudo o que ela despreza numa mulher, decide lutar pelo bem de seu neto.

MAXIMILIANO VENTURA PASSOS DE ALBUQUERQUE (Roberto Maya) - Casado com Maria Beatriz, avô de Oliver e Maria Valentina. Fiel à esposa e provedor da família, é um executivo respeitado e dono do Banco Ventura.

OLIVER VENTURA PASSOS DE ALBUQUERQUE (Augusto Zacchi) - Namorado de Bárbara, Oliver foi criado para seguir os costumes de sua família, tradicional e aristocrata. Mas, pelo amor a namorada, ele irá enfrentar tudo e todos.

MARIA VALENTINA VENTURA PASSOS DE ALBUQUERQUE (Maria Casadevall) - Irmã de Oliver e neta de Maximiliano e Maria Beatriz. É conhecida como Tininha. Namora Alexandre, com quem mantém uma relação morna de amor e amizade, mas se sentirá extremamente atraída pelos modos mais ardentes de Carlo.

EDSON XAVIER (Rogério Barros) - Motorista de Lara, é casado com Ludilene, mas mantém um relacionamento secreto com a patroa, por quem tem verdadeira adoração e morre de ciúmes. É vingativo, machista e não tem muitas pretensões na vida.

SEBASTIÃO BATISTA – JAMES (Emiliano Queiroz) – Trabalha como mordomo na mansão que herdou do viúvo de Lara. Excelente profissional, é honesto e discreto. Ele sabe de tudo o que acontece na casa, respeita a todos e tem afeição especial por Lara e Carlo.

LEONTINA DA SILVA (Maria Helena Pader) - Empregada da casa, fiel e sarcástica, tem sempre uma tirada irônica na ponta da língua. Serve a família com presteza e admiração e com isso acaba participando das loucuras de Lara e companhia.

LUDILENE XAVIER (Priscilla Marinho) – É esposa de Edson, motorista de Lara. Tem a auto-estima baixa, é facilmente manipulada e submissa ao marido. É barraqueira e nem desconfia da relação de Edson com Lara.

ELIETE QUEIROZ (Paola Crosara) - Jornalista baixinha e fofoqueira, ainda infernizará muito a vida de Lara Romero. Sempre em busca de um furo sobre a vida pessoal da atriz, chegará a se aliar a Lara. As duas entrarão em um jogo de gato e rato, onde traição será a palavra-chave.

ZÉ CARLOS (André Dale) - Apesar da fama de paparazzo, não se incomoda de fazer seu trabalho, porque se empenha realmente. É o braço direito de Eliete, com quem anda para cima e para baixo atrás de furos.

JOÃO ALFREDO FLORES (André Garolli) – Formado em Economia, é oportunista e inconveniente. Seu caráter duvidoso fica ainda mais evidente quando começa a agir pelas costas de Lara, entregando informações sobre a diva e até articulando um plano mais grave. É responsável por manter financeiramente Carlo.

ALEXANDRE VIANA (Carlo Porto) - Aspirante a ator, bonito e atlético, se envolve com quem possa lhe render uma boa situação.

EVERARDO LOPEZ (Fernando Eiras) - Autor de novelas, bastante responsável e respeitado no meio. Depois que Lara recusou o seu roteiro, ficou depressivo. Tem uma rixa de anos com Claus.

GETÚLIO FERRO (Paulo Betti) - Analista do Tribunal de Contas da União, vive para o trabalho e busca a oportunidade para dar um salto. Agora que pegou o caso de Lara Romero – e que pode lhe dar grande visibilidade - vai fazer de tudo para colocar as coisas em pratos limpos e conseguir ser promovido.

ANTONIO MARCONDES (Guilherme Weber) - Ator que vem esperando uma oportunidade para estrelar uma grande peça ou novela e ficar famoso. Já fez pequenos trabalhos e figurações, mas nada muito expressivo. Tem pinta de galã e não assume que é gay para não atrapalhar sua carreira. É levemente prepotente e narcisista. Acha-se uma promessa ainda não descoberta.

AGENOR IMPROTTA (Othon Bastos) - É o chefe da família de bicheiros da Zona Norte do Rio. Chega até Lara depois que seu sobrinho Donato tem o anel de São Jorge, marca da família, roubado por Carlo.

SALVADOR IMPROTTA (Leandro Develly) - Age de forma fria, sem impulso. Seu olhar é bastante expressivo e se comunica com os capangas com pequenos gestos e sinais. Assim como seu tio Agenor, a quem beija no rosto, preserva a honra da família com o mesmo ímpeto que defende seus pontos de jogo.


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